Algumas pessoas sugeriram que eu colocasse um resumo do destino antes do texto. Então aí vai a ficha:
Cidades principais: San Diego e Anaheim - California, EUA
Período: Julho de 2011
Viajantes: Sibele, Dona Cida (mãe), Dona Ieda (sogra)
Atrações mais populares: Sea World, Zoológico de San Diego e Disney California.
Fotos: http://www.facebook.com/media/set/?set=a.10150269216819507.345687.514369506&l=65d4bc0020&type=1
Alguns de vocês podem já ter visto as fotos dessa viagem no Facebook ou Orkut (sim, ainda me dei o trabalho de postar no moribundo Orkut para mostrar que respeito às origens das redes sociais no Brasil e que não me entrego tão fácil à moda), mas ainda acho que as 1000 palavras que uma imagem vale podem não ser as mesmas 1000 que você quer dizer, certo? Assim, seguindo a tradição, vamos ao texto, ainda que após imagens. Comecemos pelos parques da Califórnia e depois passemos à cidade de San Diego.
O mundo Disney já é conhecido, pelo menos de fama, para muitos. Túneis para os funcionários e materiais indesejados circularem fora da vista dos visitantes, mudanças constantes de ambiente para reduzir a percepção do tempo de espera na fila e a não venda de chicles para evitar aquelas manchas no chão ilustram o tipo de atmosfera que se tenta criar. Tem também o desfile de personagens, o castelo da Bela Adormecida no meio do parque, o Pateta, o Mickey, a Mini e outros personagens simpáticos circulando pela multidão e posando para fotos (nota à parte: o calor que eles devem passar não é pouco. Feliz são os funcionários que se vestem de Peter Pan ou Tarzan).
O que eu nunca havia botado fé nos parques Disney é o tal show de fogos. Uns estouros aqui, umas cores no céu acolá, não tem como ser muito diferente disso, pensava eu. Além disso, o show é com o céu já escuro, o que significa permanecer no parque até as 9h da noite. Mas, como dessa vez havíamos chegado relativamente tarde na reunião com o Pluto, decidimos segurar as pontas, jantar na casa da Mini e esperar até o tal show. Arrependimento zero. O espetáculo de 30 minutos é uma mescla de luzes, som, e efeitos especiais dignos de uma empresa que vende sonhos e memórias. Fogos com formas e cores que parecem ter sido criadas por computação gráfica dançam ao redor do castelo da Bela Adormecida, que é sobrevoado de tempos em tempos pela Sininho e pelo Dumbo (não sei por que a Mary Poppins foi excluída da brincadeira). Ao fundo, toca uma música sobre acreditar nos sonhos. Arrisco dizer que até o mais macho dos machos, aquele que não come mel posto que aprecia chupar a abelha, usaria o adjetivo encantador para descrever o negócio. O show faz jus ao fato de que o castelo com os fogos ao fundo é o símbolo da Disney.
Mas saiamos do mundo onde ratos, patos e cachorros falam e dão autógrafos e vamos ao mundo dos animais reais: o zoológico de San Diego. A primeira observação a ser feita é que o nome zoológico é apenas para manter a tradição, pois se trata de um parque de diversões cujo tema é o mundo animal. Tem teleférico, ônibus turístico de dois andares, sessões especiais para quem alimentar os animais e até escada rolante para te levar da África ao Pólo Norte ou da América do Sul a Oceania. Se você cansar ou passar mal (tivemos que perguntar isso em virtude da temperatura e da idade de alguns dos viajantes), eles te buscam e te levam de carrinho elétrico pelo resto da visita (mais detalhes sobre meios alternativos de transporte dentro dos parques no PS 1, mais abaixo). O zoológico é considerado um dos maiores do mundo e têm espécies que raramente são encontradas em cativeiro, como os ursos Panda, Coala e Polar. O urso festeiro (ou vai dizer que as olheiras do Panda são de tanto estudar?) é tratado como super star. Tem hora especial de visitação, hora especial de alimentação, apenas um panda por jaula e você não pode fazer barulho na área dele. Os visitantes têm que seguir o fluxo da fila que é ditado por um dos 6 ajudantes de Panda, que além disso cuidam da sua restrita alimentação dele (apenas bambu).
Se o zoológico é impressionante e consegue passar a idéia de uma possível harmonia entre humanos e animais, esta atmosfera é elevada ao cubo no Sea World. Além de toda essa questão de organização, limpeza, animais e famílias felizes, aqui os humanos trocam carícias (quase fazem amor) com orcas, golfinhos, leões marinhos e lontras. A relação entre os treinadores e aqueles animais – teoricamente selvagens - beira a telepatia. Você jura que vê os bichos sorrindo de tão felizes que eles parecem estar em obedecer aos comandos humanos! Apesar de ser uma relação de egoísmo, visto que todos os animais do Zoo e do Sea World poderiam estar desfrutando das maravilhas da liberdade em vez de serem protagonistas de um show, é difícil para o mais cínico dos seres humanos não se sensibilizar com a harmonia transmitida pelos espetáculos. Você sai do parque achando que o mundo tem jeito (eu pelo menos pensei assim até o próximo noticiário) e torcendo que tais experiências repercutam na educação ambiental dos visitantes para além dos limites do parque.
Não sei se por ser uma extensão ou a origem de todo essa atmosfera, San Diego também possui alguns elementos harmônicos que chamam a atenção especialmente por se tratar de uma grande cidade. Em algumas das praias é possível encontrar leões marinhos descansando na areia a apenas alguns metros dos banhistas. Existe também uma harmonia entre o pequeno e o grande em San Diego. Apesar de ser repleta de autovias gigantes, americanos dirigindo pick-ups e franquias de fast-food, San Diego possui várias regiões que conservam ares de cidade pequena com lojas e restaurantes locais, microcervejarias, e, o mais impressionante, lugar para estacionar de grátis no centro (há tempo não via isso!). A Ilha de Coronado é exemplar nesse aspecto: calçadão, ruas floridas, casas novas e antigas, restaurantes à beira mar e praias para todos os gostos, sem falar no próprio Hotel Coronado, cujo vermelho do telhado provoca um efeito visual marcante ao contrastar com o branco da areia e o azul do mar (parece até um início de bossa nova isso).
Não contente em ter todas essas atrações, San Diego é conhecida como a cidade com o melhor clima dos Estados Unidos. A temperatura no verão fica em torno dos 30 e tem sempre uma brisa. No inverno, raramente baixa dos 15. E, para dar nojo, tem ainda o Parque Balboa, com um roseiral impecável - que no Brasil não duraria, muito infelizmente, nem 12 horas até que cada transeunte pegar uma muda para sua casa - e um conjunto arquitetônico impressionante.
Em resumo, se você é daquelas pessoas que, no meio das férias, sempre pensa em largar tudo e virar vendedor ambulante só para trabalhar de frente para o mar com uma brisa sem grandes responsabilidades, não vá para San Diego que é capaz de os pensamentos te escravizarem. O único senão é ter que conviver com as camisas floridas, meiões brancos, bermudas beges e tênis para trombose que esses americanos insistem em usar. Mas, acho que está valendo...
PS 1: Dica para os pão-duros e caras-de-pau de plantão: em vez de comprar aquele passe especial que te dá prioridade nas filas dos parques, é só alugar uma cadeira de rodas. É menos da metade do preço e você passa na fila até mais rápido. Juro que descobrimos isso sem querer e hesitamos (por 0.5 segundos) em usufruir dos benefícios, mas que curtimos a idéia depois do fato consumado não dá para negar. E o melhor é que um cadeirante dá direito a todos acompanhantes passarem junto.
PS 2: sim, ainda faço doutorado e a vida não é só viagens. As aulas começam dia 22/08 e as disciplinas desse semestre são etnografia, aspectos psicológicos do consumidor e sociologia da cultura. Que venha o segundo ano!
Cidades principais: San Diego e Anaheim - California, EUA
Período: Julho de 2011
Viajantes: Sibele, Dona Cida (mãe), Dona Ieda (sogra)
Atrações mais populares: Sea World, Zoológico de San Diego e Disney California.
Fotos: http://www.facebook.com/media/set/?set=a.10150269216819507.345687.514369506&l=65d4bc0020&type=1
Alguns de vocês podem já ter visto as fotos dessa viagem no Facebook ou Orkut (sim, ainda me dei o trabalho de postar no moribundo Orkut para mostrar que respeito às origens das redes sociais no Brasil e que não me entrego tão fácil à moda), mas ainda acho que as 1000 palavras que uma imagem vale podem não ser as mesmas 1000 que você quer dizer, certo? Assim, seguindo a tradição, vamos ao texto, ainda que após imagens. Comecemos pelos parques da Califórnia e depois passemos à cidade de San Diego.
O mundo Disney já é conhecido, pelo menos de fama, para muitos. Túneis para os funcionários e materiais indesejados circularem fora da vista dos visitantes, mudanças constantes de ambiente para reduzir a percepção do tempo de espera na fila e a não venda de chicles para evitar aquelas manchas no chão ilustram o tipo de atmosfera que se tenta criar. Tem também o desfile de personagens, o castelo da Bela Adormecida no meio do parque, o Pateta, o Mickey, a Mini e outros personagens simpáticos circulando pela multidão e posando para fotos (nota à parte: o calor que eles devem passar não é pouco. Feliz são os funcionários que se vestem de Peter Pan ou Tarzan).
O que eu nunca havia botado fé nos parques Disney é o tal show de fogos. Uns estouros aqui, umas cores no céu acolá, não tem como ser muito diferente disso, pensava eu. Além disso, o show é com o céu já escuro, o que significa permanecer no parque até as 9h da noite. Mas, como dessa vez havíamos chegado relativamente tarde na reunião com o Pluto, decidimos segurar as pontas, jantar na casa da Mini e esperar até o tal show. Arrependimento zero. O espetáculo de 30 minutos é uma mescla de luzes, som, e efeitos especiais dignos de uma empresa que vende sonhos e memórias. Fogos com formas e cores que parecem ter sido criadas por computação gráfica dançam ao redor do castelo da Bela Adormecida, que é sobrevoado de tempos em tempos pela Sininho e pelo Dumbo (não sei por que a Mary Poppins foi excluída da brincadeira). Ao fundo, toca uma música sobre acreditar nos sonhos. Arrisco dizer que até o mais macho dos machos, aquele que não come mel posto que aprecia chupar a abelha, usaria o adjetivo encantador para descrever o negócio. O show faz jus ao fato de que o castelo com os fogos ao fundo é o símbolo da Disney.
Mas saiamos do mundo onde ratos, patos e cachorros falam e dão autógrafos e vamos ao mundo dos animais reais: o zoológico de San Diego. A primeira observação a ser feita é que o nome zoológico é apenas para manter a tradição, pois se trata de um parque de diversões cujo tema é o mundo animal. Tem teleférico, ônibus turístico de dois andares, sessões especiais para quem alimentar os animais e até escada rolante para te levar da África ao Pólo Norte ou da América do Sul a Oceania. Se você cansar ou passar mal (tivemos que perguntar isso em virtude da temperatura e da idade de alguns dos viajantes), eles te buscam e te levam de carrinho elétrico pelo resto da visita (mais detalhes sobre meios alternativos de transporte dentro dos parques no PS 1, mais abaixo). O zoológico é considerado um dos maiores do mundo e têm espécies que raramente são encontradas em cativeiro, como os ursos Panda, Coala e Polar. O urso festeiro (ou vai dizer que as olheiras do Panda são de tanto estudar?) é tratado como super star. Tem hora especial de visitação, hora especial de alimentação, apenas um panda por jaula e você não pode fazer barulho na área dele. Os visitantes têm que seguir o fluxo da fila que é ditado por um dos 6 ajudantes de Panda, que além disso cuidam da sua restrita alimentação dele (apenas bambu).
Se o zoológico é impressionante e consegue passar a idéia de uma possível harmonia entre humanos e animais, esta atmosfera é elevada ao cubo no Sea World. Além de toda essa questão de organização, limpeza, animais e famílias felizes, aqui os humanos trocam carícias (quase fazem amor) com orcas, golfinhos, leões marinhos e lontras. A relação entre os treinadores e aqueles animais – teoricamente selvagens - beira a telepatia. Você jura que vê os bichos sorrindo de tão felizes que eles parecem estar em obedecer aos comandos humanos! Apesar de ser uma relação de egoísmo, visto que todos os animais do Zoo e do Sea World poderiam estar desfrutando das maravilhas da liberdade em vez de serem protagonistas de um show, é difícil para o mais cínico dos seres humanos não se sensibilizar com a harmonia transmitida pelos espetáculos. Você sai do parque achando que o mundo tem jeito (eu pelo menos pensei assim até o próximo noticiário) e torcendo que tais experiências repercutam na educação ambiental dos visitantes para além dos limites do parque.
Não sei se por ser uma extensão ou a origem de todo essa atmosfera, San Diego também possui alguns elementos harmônicos que chamam a atenção especialmente por se tratar de uma grande cidade. Em algumas das praias é possível encontrar leões marinhos descansando na areia a apenas alguns metros dos banhistas. Existe também uma harmonia entre o pequeno e o grande em San Diego. Apesar de ser repleta de autovias gigantes, americanos dirigindo pick-ups e franquias de fast-food, San Diego possui várias regiões que conservam ares de cidade pequena com lojas e restaurantes locais, microcervejarias, e, o mais impressionante, lugar para estacionar de grátis no centro (há tempo não via isso!). A Ilha de Coronado é exemplar nesse aspecto: calçadão, ruas floridas, casas novas e antigas, restaurantes à beira mar e praias para todos os gostos, sem falar no próprio Hotel Coronado, cujo vermelho do telhado provoca um efeito visual marcante ao contrastar com o branco da areia e o azul do mar (parece até um início de bossa nova isso).
Não contente em ter todas essas atrações, San Diego é conhecida como a cidade com o melhor clima dos Estados Unidos. A temperatura no verão fica em torno dos 30 e tem sempre uma brisa. No inverno, raramente baixa dos 15. E, para dar nojo, tem ainda o Parque Balboa, com um roseiral impecável - que no Brasil não duraria, muito infelizmente, nem 12 horas até que cada transeunte pegar uma muda para sua casa - e um conjunto arquitetônico impressionante.
Em resumo, se você é daquelas pessoas que, no meio das férias, sempre pensa em largar tudo e virar vendedor ambulante só para trabalhar de frente para o mar com uma brisa sem grandes responsabilidades, não vá para San Diego que é capaz de os pensamentos te escravizarem. O único senão é ter que conviver com as camisas floridas, meiões brancos, bermudas beges e tênis para trombose que esses americanos insistem em usar. Mas, acho que está valendo...
PS 1: Dica para os pão-duros e caras-de-pau de plantão: em vez de comprar aquele passe especial que te dá prioridade nas filas dos parques, é só alugar uma cadeira de rodas. É menos da metade do preço e você passa na fila até mais rápido. Juro que descobrimos isso sem querer e hesitamos (por 0.5 segundos) em usufruir dos benefícios, mas que curtimos a idéia depois do fato consumado não dá para negar. E o melhor é que um cadeirante dá direito a todos acompanhantes passarem junto.
PS 2: sim, ainda faço doutorado e a vida não é só viagens. As aulas começam dia 22/08 e as disciplinas desse semestre são etnografia, aspectos psicológicos do consumidor e sociologia da cultura. Que venha o segundo ano!
PS 3: também fomos a Los Angeles, mas o post anterior do blog já cobre essa cidade. Perguntaram-me, entretanto, sobre o Bubba Gump (aquele restaurante de camarões que o Forrest Gump abre com seu Tenente após retornar do Vietam). Esse restaurante foi fundado após o filme, ou seja, é a vida imitando a arte. No entanto, vale a diversão. Fica no pier de Santa Mônica, tem um banco com caixa de chocolates e um Nike Branco para tirar fotos e os cardápios são em formato de raquete (se não entendeu o motivo, fica o convite para assistir Forrest Gump novamente).
Saudações empoeiradas de Tucson!
5 comentários:
1 - Não sei se entendi direito a parte da cadeira de rodas. Alguém precisou de uma, ou é impressão minha?
2 - Tu vai curtir etnografia (eheheh, o mais bitolado)
Maravilha... teus textos nos colocam no teu estado de espírito. Quase dá para sentir os "cheiros" dos lugares. O que acho de delicioso é o "desfrutar" das sensações que você passa!Esse é o grande barato que alguns viajantes não conseguem captar... e você sim: Gosto, sabores, cheiros, sensações, sentimentos, cores!Lindo!
Me senti fazendo essa viagem com vocês mais do que assistindo as fotos! Adorei!
Fico lendo e imaginando estas 4 figuras passeando por ai... O lance da cadeira de rodas, é a cara de vcs mesmo, na na na não!!! Brasileiros sempre espertinhos, hehe
Que sucesso de viagem! Bons passeios e bons estudos :)
Grande André!!
Depois desse relato dá vontade de se mudar pra aí... lendo o teu relato parece até que eu estava lá, pensando em colocar gesso na perna pra ter lugar preferencial na fila, hahahaha... nada como curtir uma viagem dessas antes de um novo ano. Abraço!
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